David Claro, head de oferta RPA da Solutis. Foto: divulgação/Solutis.
A Indústria 4.0 chegou. Mas, isso não significa que seja um tema novo. Ao contrário, a automação já existe desde o século 18, com a criação da primeira máquina a vapor. De lá para cá, o uso de robôs tornou-se mais abrangente com o surgimento nas linhas de produção. Com o grande avanço tecnológico e com o uso do RPA (Robotic Process Automation) já é possível ter robôs em atividades de backoffice, dentro dos escritórios, integrando-se com tecnologias de IA (Inteligência Artificial), IoT (Internet das Coisas) e Cloud (Computação em Nuvem).
Essa maior abrangência pode dar ao mercado a falsa impressão de que, no futuro, muitas atividades serão exclusivamente realizadas por robôs. Não é bem assim. À medida que se torna realidade, a aplicação do conceito de RPA deixa claro que não se trata do remédio para todos os males da produtividade. Ao contrário, para implementar projetos bem sucedidos de RPA é preciso ter uma visão clara do todo, identificando o que de fato pode ser automatizado.
E é esse choque de realidade que tem determinado uma nova abordagem por parte dos fornecedores de soluções de RPA. Mais conscientes, eles se veem hoje mais preocupados em entender as dores de seus clientes do que em automatizar tudo a qualquer custo. Essa nova postura tem se traduzido em uma aposta de muitas empresas: projetos de RPA baseados em customer Experience e IA.
É a partir dessa visão que as empresas mais atentas ao mercado estão redesenhando suas ofertas. A ideia aqui é, mais do que oferecer redução de custos, manter o foco na geração de valor ao cliente. Mais uma vez, a realidade tem demonstrado que, muitas vezes, as reduções trazidas pela pura e simples substituição do ser humano por um robô não se traduzem em melhores produtos ou serviços e, por consequência, em clientes satisfeitos.
Nessa abordagem voltada a geração de valor, a eficiência operacional é garantida pelo trabalho conjunto de humanos e robôs. Isso porque, em muitos casos, o ponto de equilíbrio se encontra justamente na robotização parcial do processo, deixando espaço para interações pessoais que garantam a experiência do usuário.
Do ponto de vista do ambiente de TI, essa abordagem tem garantido a sobrevida de diversos sistemas legados que, ao final, não são totalmente substituídos. Isso significa economia e o adiamento de investimentos que, em uma visão de um ambiente 100% robotizado, teriam que ser feitos imediatamente.