Roberto Cohen, diretor do 4HD. Foto: Divulgação.
Por Roberto Cohen*
O que eu faço? Pra onde vou? Ah, conflitos hamletianos!
Disruptivo. Mídia Social. Inteligência Artificial. Computação Preditiva. Reconhecimento de voz. Análise de Sentimentos. Big Data. Learning Machine. APP’s de Android e IOS. Agentes Cognitivos. E muito mais.
Assisto atônito, tal qual meus colegas gerentes de suporte técnico, a uma enxurrada de mídia sobre os termos citados.
Isso provoca um desejo, uma ansiedade de estar up-to-date com as modernidades do momento.
O problema é que os gestores estão de alguma maneira ancorados no passado (a empresa também) e não sequer enxergar implementações cabíveis a curto prazo de tudo isso.
Eu tenho recebido de meu guru, Ricardo Mansur, uma penca de obras literárias que me colocam aprumado com o que vem por aí (ah sim, vem, não há dúvida; até por que já está, mas vem ainda mais).
Economia Compartilhada. Império dos APPs. Tecnologias Emergentes. Sociedade com Custo Marginal Zero. Organizações Exponenciais.
São títulos que ganhei ao longo do ano do generoso amigo. Em troca ofereci almoços. Alguns bem simples. Outros esplêndidos (acho, hahaha). Até clonado fui de tanto almoço que retribui ao guru, mas isso são outros quinhentos (e no cartão de crédito foram outros 15.000).
Eu só lamento que ele seja um homem de muitas certezas. Ao passo que eu, sou o contrário: só tenho incertezas. Daí que, a cada argumento dele, eu contesto. Para meu aprendizado próprio, claro. E quem sabe o dele.
Back to USA, ops, Brazil
Bom, retornando ao tópico, os profissionais estão todos em modo ansiogênico. Diria mais até, aflitivo.
Os gestores por que não sabem como implementar tais “novidades”. E pior, ainda não resolveram questões antigas e indispensáveis como catálogo de serviços, base de conhecimento e outros.
Na outra ponta, os analistas de suporte com medo de perder o emprego. E é importante pensar que estes profissionais geralmente são pessoas entrantes no mundo de TI. Como ficam suas situações se após um investimento de tempo e até recursos aprendendo as regras de negócio e a tecnologia envolvida, parece que serão dispensados?
Claro, ficam inquietos (ou angustiados?) com as perspectivas de curto e médio prazo.
Sem falar nas empresas ou corporações que não decidiram ainda se vão ou não embarcar nessa onda “right now” ou em breve. Ou se isso é tudo vaporware. Ou “– Não é pro meu tempo”. Ou “– Sempre fizemos assim”. E mais um embasbacado leque de justificativas vindo de quem está petrificado diante desse tsunami de aceleradas novidades.
Ontem conversava com um aluno que trabalha numa multinacional fabricante de adubos. Deve ela matar a “vaca leiteira” que mantém a corporação faturando e servindo de base para projetos renovadores? Só que com base em conceitos passados e rumo ao túmulo? Ou chuta o balde e investe logo em algo disruptivo e passível de canibalização?
É o drama. Ou esperar o tempo passar e ver no que vai dar (como as empresas de táxi versus Uber; ou os hotéis versus AirBnB; ou os motoboys versus drones de entrega; ou a _______ versus ___________ – complete, por favor).
E agora, José?
Bom, não sou eu quem apontará o caminho que você deve seguir. Se assim fosse, eu merecia os louros (sejam eles fúnebres ou não) dos resultados.
Mas posso oferecer algumas dicas.
A primeira é que você deve começar suas iniciativas no sentido de seguir a máxima da Ivete Sangalo “É de ladinho que eu lhe acho”. Ou “Comer o mingau pelas beiras”, se assim quiser. Tudo, menos “Deixo a vida me levar”.
Importante: isso não será uma ação disruptiva.
Será apenas surfar a terceira ou a quarta onda. Mas uma decisão melhor do que aqueles que não se arriscam e ficam o dia sentados na prancha à espera do momento “mais propício”. E vão para casa sem ter surfado.
OK, escolha a onda:
APP para Smartphone
Desenvolva uma app para o seu suporte técnico ou exija isso do seu fornecedor.
Cada usuário tem um (ou mais, como constatei no último curso) smartphone ao seu alcance. Deixe-o abrir chamados (e dê notícias do status dos mesmos via notificações) através de um aplicativo.
Eles hoje são razoavelmente fáceis de projetar e fazer e um garoto no interior do Ceará (ou em São Paulo; ou em Dharamshala) pode fazer isso pra você. Busque o website de freelance adequado.
Chatbot (Chat Robot) neles!
Ualá, existem milhares deles disponíveis para uso.
Não, não são os heróis de Transformers, os Autobots! Mas nem os Decepticons.
Basta meter no Google uma expressão adequada (“List ChatBots”) e você encontra.
Ao menos você se livrará do processo maçante de reinicializar senha dez vezes por dia. E, aos poucos, irá transferindo para essa tecnologia (via facebook, chat online, etc.) uma série de outras tarefas triviais que geravam stress e demora no atendimento.
Ganhando confiança, você implementará algoritmos para o mecanismo de geração de chaves de ativação para eles (uma software-house que libera o uso do produto somente quando foi paga a fatura mensal) e assim por diante. A Autodesk já faz isso, cate na net essa notícia.
Big Data.
Yeah, mano. Mana.
Dentro do seu banco de dados de chamados, seja qual for a tecnologia que ele implemente (Google Planilha ou Excel também!) existe um manancial de informações que, se trabalhadas, podem lhe gerar economia de recursos internos e benefícios políticos.
Descubra que alguma atividade na empresa se repete muito e que você tem a solução para isso, pois ninguém se deu conta.
Faça um curso gratuito no Coursera e baixe alguma ferramenta freemium (uso gratuito até certo ponto, depois é preciso pagar) como o QlikView no site da Inteligência de Negócios (tá mastigadinho demais, hein?).
Computação Preditiva.