Otavio Dias, sócio e CEO da Repense. Foto: divulgação.
Estar sintonizado com as transformações tecnológicas que impactam a forma como as pessoas se relacionam com as marcas e que podem também influenciar positivamente os negócios vem se tornando um desafio cada vez maior aos profissionais de comunicação e marketing.
Todos os dias, afinal, há mudanças acontecendo nas tecnologias já consagradas e novas tecnologias surgindo também. Pensando nisso, a partir do estudo de tendências e observação comportamentais, aqui na REPENSE levantamos os 10 assuntos-chave para ficar de olho em 2020.
1. Hiperautomação (RPA: Robotic Process Automation) - Hiperautomação é a combinação de múltiplas ferramentas de aprendizado de máquina, software empacotado e automação para simplificação do trabalho.
De acordo com o Gartner, a RPA tem superado os demais segmentos do mercado de software corporativo em todo o mundo, com receita estimada de US$ 1,3 bilhão neste ano.
Com um caminho comprovado para a geração de valor para os negócios, a expectativa é de que ainda mais empresas implementem iniciativas de RPA nos próximos meses. Em comunicação, a automação já faz parte de diferentes processos: da automação de régua de e-mails à aceleração do processo criativo de campanhas, com destaque para a templatização de e-mails e montagem e edição de vídeos;
2. Inteligência Artificial - A Inteligência Artificial não é uma tendência em si, mas a terceira era da computação. Ela faz parte de um ramo da ciência da computação que lida com a simulação de comportamentos por meio de machine learning.
Automação, agilidade, precisão e, principalmente, predição são algumas das vantagens da IA que impactarão empresas de toda e qualquer categoria.
De acordo com o Gartner Group, 87% das organizações estão buscando algum nível de personalização da sua comunicação e é justamente a IA que tornará possível que as experiências digitais e físicas se tornem hiperpersonalizadas, indo muito além da análise dos cliques e do histórico de navegação, passando a entender e prever como os clientes reagem ou se sentem.
Segundo Kai-Fu Lee – CEO da Sinovation Ventures (empresa fomentadora de startups que reproduziu em Pequim o cenário de inovação que hoje só existe no Vale do Silício) –, que esteve recentemente no Brasil para lançar o seu novo livro “Inteligência Artificial”, a tecnologia computacional está aqui para nos lembrar exatamente do porquê somos humanos e ela vem nos liberar dos trabalhos repetitivos e braçais, que ocupam as mentes de quem deveria ter grandes ideias;
3. Consagração do uso de vídeos - O aumento da qualidade de conexão, a alta na oferta de conteúdo e a multiplicação de formatos de vídeos em várias redes sociais vêm proporcionando uma aposta crescente no uso de vídeos.
Um estudo realizado pela Provokers indicou que o tempo gasto pelos brasileiros em vídeos on-line aumentou 135% entre 2014 e 2018. Atentas a esse cenário, muitas empresas começam a apostar no formato para engajar clientes e colaboradores.
A tecnologia de vídeo continuará a simular e melhorar a comunicação, agora com novos recursos, como a realidade virtual (RV) e outras tecnologias imersivas, especialmente quando as organizações trabalham para preencher as lacunas de talentos com equipes remotas;
4. Evolução no uso de tecnologias imersivas - Realidade Aumentada, Realidade Virtual, vídeo em 360 graus e hologramas fazem parte de nossa consciência cultural há muitos anos, mas ainda não se estabeleceram como tecnologias indispensáveis e onipresentes.
Estas tecnologias são muito eficazes porque estão fundamentadas na aprendizagem experiencial e porque envolvem amplamente múltiplos centros de aprendizagem e de desempenho no cérebro, incluindo sistemas cognitivos, comportamentais, emocionais e experienciais;
5. Cibersegurança - Os consumidores estão cada vez mais conscientes de que suas informações pessoais são valiosas e exigem controle.
As organizações reconhecem o risco crescente de proteger e gerenciar dados pessoais, e os governos têm implementado legislações rigorosas para garantir que as empresas façam esse controle, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que deve entrar em vigor até agosto.
Transparência e rastreabilidade são elementos críticos para apoiar essas necessidades de ética e de privacidade digitais. Com apoio adequado de advogados especialistas no tema, entender a nova legislação e integrar suas equipes de tecnologia, processos, comunicação e marketing às mudanças que devem ocorrer na forma como sua marca se relaciona com as pessoas será agora condição sine qua non para todo e qualquer trabalho digital e de CRM;
6. Impulsionamento do uso de reconhecimento de voz - Até este ano, metade de todas as buscas será por voz, aponta pesquisa da ComScore. A chegada da Alexa da Amazon ao Brasil veio impulsionar e democratizar ainda mais este acesso.