Alguém teria comprado um veículo semelhante a este e deixado a conta para a vítima pagar. Foto: divulgação.
O reconhecimento facial parece estar sendo utilizado para aplicar o mais novo golpe da praça: utilizar a biometria da vítima para financiar carros para terceiros.
De acordo com o site Uol Carros, o publicitário Piero Rossi, morador da capital paulista, descobriu por meio do banco Itaú que uma picape Volkswagen Amarok V6 2018/2019, no valor aproximado de R$ 200 mil, estava financiada em seu nome.
Segundo Rossi, a notícia veio logo após ele mostrar o rosto para o celular de um motoboy ao receber um brinde na sua residência.
"Como sou publicitário, vira e mexe ganho presentes por entrega que exige reconhecimento facial. Por isso, não desconfiei naquele momento. Primeiro entraram em contato comigo por WhatsApp e confirmaram meus dados. Depois, veio a entrega", disse à publicação.
O falso presente, um kit de perfumaria, foi entregue por um motoboy que disse ter que confirmar o recebimento com o suposto procedimento de leitura da face.
"Ele disse que era de uma loja de flores. Quando foi embora, comecei a ficar desconfiado e telefonei para o estabelecimento. Foi aí que fiquei mais preocupado, porque disseram que não haviam enviado nenhum produto para mim", contou o publicitário.
Algum tempo depois, Rossi recebeu uma ligação do banco confirmando o financiamento do veículo em seu nome. Com a confirmação facial e possivelmente de posse de documentos falsos, um suspeito teria retirado o veículo na loja e sumido.
Após o acontecido, em maio, a vítima denunciou o caso à Polícia Civil de São Paulo, que deu início a investigação por suspeita de estelionato, além de ter acionado o banco, que abriu procedimento interno para apurar os fatos.
"Não sabemos quem está com o carro. Não sabemos onde está o carro. E nem sabemos qual foi a loja que liberou o carro. Todas as informações que temos foram passadas ao banco", conta João Victor Abreu, advogado do publicitário.
Em uma rede social, Rossi fez uma postagem sobre a situação e recebeu o relato de uma analista de importação que diz ter sido lesada com o mesmo golpe.