Thiago de Souza Lima, Solutions Engineer da F5 Brasil. Foto: Divulgação.
O ano começa e a luta contra os ataques digitais focados em aplicações, também. O Relatório Anual do Estado dos Serviços das Aplicações LATAM, pesquisa da F5 Networks realizada em 2020 com 198 executivos de ICT Security do Brasil, México, Argentina, Colômbia e Chile, mostra que a transformação digital é uma realidade na nossa região: 87% das empresas digitalizam seus processos com o apoio de aplicações de negócios.
O outro lado dessa moeda é inevitável: 81% dos líderes de tecnologia entrevistados afirmaram que sua maior prioridade é garantir a segurança desses sistemas críticos. As aplicações estão no centro da economia digital brasileira e são o grande alvo das gangues digitais.
Com base nessas informações, podemos projetar que, em 2021, a especialização da equipe de segurança atingirá outro patamar: a organização de um Red Team e de um Blue Team.
Duas verticais estão à frente nessa tendência: finanças e varejo. Bancos, corretoras e seguradoras têm culturas de segurança digital avançadas, o que explica a organização em formato de Red Team e Blue Team. O varejo, por outro lado, está num processo muito acelerado de digitalização, algo que a pandemia intensificou mais ainda.
A preocupação com a defesa de suas plataformas B2C e, muito especialmente, com a proteção de dados pessoais de clientes e colaboradores (o foco da LGPD), está levando esse segmento a investir na formação de Red Teams e Blue Teams.
Cargos, certificações e salários do Red Team e do Blue Team
O Red Team é formado por profissionais de segurança que atuam como atacantes, trabalhando 24x7 para simular os mais criativos e inesperados ataques contra as aplicações de negócios da empresa para a qual trabalham. Uma das certificações mais valorizadas pelo mercado para o Red Team é a CEH (Certified Ethical Hacker).
Eis aqui alguns cargos do Red Team:
- Penetration tester;
- Vulnerability analyst;
- Ethical hacker.
O Red Team busca identificar as vulnerabilidades do ambiente digital da empresa usuária, questionando a política de segurança e as defesas construídas e atualizadas pelo Blue Team.
O Blue Team, por outro lado, é uma equipe mais tradicional, formada por profissionais com certificações como CIH (Certified Incident Handler), entre outros títulos. Nessa equipe, alguns dos cargos mais frequentes nas empresas são:
- Cybersecurity Analyst;
- Cybersecurity Specialist;
- Cybersecurity Engineer.
Pesquisa da consultoria em RH e treinamento QuickStart, dos EUA, indica que profissionais em um dos cargos do Red Team – Penetration Tester – ganham, ao ano, valores a partir de 55 mil dólares (cerca de R$ 250.000,00 ao ano).
Segundo outra consultoria norte-americana de RH e treinamento, a Intellectual Point, o cargo “Information Security Analyst” (ISA) - posição típica do Blue Team - está na mesma faixa de rendimentos. Esses valores variam de acordo com os anos de experiência e a formação dos profissionais do Blue Team e do Red Team.
A soma das inteligências Red Team e Blue Team entrega, para a empresa usuária, uma visão holística e viva sobre a real capacidade de proteção dos ambientes corporativos.