Antonio Neto.
O plano de regulamentar as profissões de TI voltou à vida pelas mãos do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd).
De acordo com uma nota do sindicato, o presidente em exercício Michel Temer fechou um acordo para que uma minuta do projeto de lei sobre o tema seja redigido pelo Sindpd, durante uma reunião no Palácio do Jaburu, em Brasília, ocorrido na sexta-feira, 10.
“Vamos preparar o projeto e enviar para a Casa Civil. Com o apoio do presidente, será enviado ao Congresso Nacional e vamos ver se ele [Temer] pode nos ajudar dando um regime de urgência nisso”, salientou o presidente do Sindpd, Antonio Neto.
Neto pode estar valorizando um pouco os prospectos desse plano dar certo. O sindicalista participou da reunião com Temer na condição de líder da Central dos Sindicatos Brasileiros, junto com representantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores e Nova Central Sindical de Trabalhadores.
A reunião, na qual a CSB era um dos participantes de menor peso, tinha além disso outra pauta: no caso a discussão de pontos relacionados à reforma da Previdência.
É bastante provável Temer tenha sentido que não havia muito a ganhar negando um pedido para um futuro ainda em incerto numa demanda de nicho para obter apoio para um projeto bem mais imediato e difícil como a reforma da Previdência.
Não é a primeira vez que Neto se encontra com Temer. Em setembro de 2014, em um cenário político totalmente diferente, o sindicalista se encontrou com o então vice presidente em uma reunião em Brasília na qual foi apresentado um documento da Brasscom com demandas para o setor de TI.
O Sindpd era o único integrante do meio sindical a apoiar as medidas, uma coleção de demandas de entidades empresariais de TI.
Nas suas manifestações durante o encontro, no entanto, Neto trouxe a baila a sua própria agenda, defendendo a semana de 40 horas, uma medida que não está no documento da Brasscom, e, logicamente, não fazia parte da pauta empresarial para o setor.
Para ser justo, é preciso dizer que Neto também falou sobre a política de desoneração da folha de pagamento do setor do TI, medida da qual o sindicato paulista foi defensor de primeira hora, ainda em 2010.