Marcelo Lombardo, CEO da Omie. Foto: divulgação
Nos próximos dois anos, faremos o ERP desaparecer completamente. Para quem não sabe, ERPs são aqueles softwares que automatizam os processos operacionais e gerenciais de uma empresa, como o controle de estoques, vendas, emissão de notas fiscais etc.
Fazer esse sistema sumir é uma visão que, mais cedo ou mais tarde, será seguida por todos os fornecedores da área – ao menos os que não estão parados no tempo.
O lado bom de uma empresa adotar um ERP é ganhar maior visibilidade de todo o fluxo operacional e, no final, obter a segurança necessária para crescer cada vez mais.
Na prática, toda empresa precisa da organização que se obtém com um sistema desses - ainda mais estando no Brasil, que é conhecidamente o país mais complexo da galáxia em termos legais e fiscais.
Por outro lado, muita gente detesta duas coisas no ERP: o custo para implantar e a trabalheira insana para mantê-lo atualizado.
O custo para a implantação é principalmente percebido quando a empresa recorre a tecnologias ultrapassadas e difíceis de usar, muito comuns em fornecedores tradicionais e antiquados de ERP, que apenas são hospedados em servidores remotos na nuvem.
Isso resulta em uma configuração de sistema que exige mão de obra complexa, além de arrastar a implantação por, no mínimo, seis meses até que se consiga perceber qualquer ganho positivo.
Um sistema de ERP não precisa ser feio e complicado. A armadilha de custo e design já foi superada por uma nova geração de softwares de gestão, criados nativamente na nuvem, que democratizam o uso da tecnologia com um software acessível, simples e intuitivo e que conseguem transformar aqueles seis meses de implantação dolorosa em seis dias ou menos.
E depois da implementação? É aí que começa a verdadeira revolução: acabar com a sensação que você trabalha para o sistema e não que o sistema trabalha para você; fazer o ERP desaparecer da sua vista e ainda assim expandir os benefícios dele. E como se faz isso? Seguindo esses quatro passos.
1 - Acabar com a configuração fiscal e com todo e qualquer input de dados
Estamos em um país que, na verdade, contém 27 países diferentes se considerarmos as legislações e obrigações acessórias que não fazem o menor sentido.
Somado a isso, temos as legislações municipais e sistemas locais para validação de notas fiscais, além dos diferentes tratamentos conforme o enquadramento fiscal da empresa.
Temos também as digitações de compras e vendas, que geralmente acontecem em alto volume. E praticamente todos os sistemas ERP (até os mais novos) requerem a digitação de uma configuração fiscal completa para cada produto vendido.
Diante desse cenário, temos que nos aproximar cada vez mais do uso da inteligência artificial (IA) e tirar da frente tarefas manuais que podem tranquilamente ser substituídas pelo uso da tecnologia.
Ter um sistema que conhece as milhões de regras tributárias do país e suas exceções, identifica o cenário fiscal de uma transação e aplica a regra correta já está virando realidade.
Temos que enxergar a tecnologia como sendo o contrapeso do famoso “peso Brasil”, e usá-la ao máximo para tornar o nosso ambiente de negócios mais simples.