Hélio Rotenberg tem motivos para sorrir. Foto: Divulgação.
A Positivo fechou o ano passado com uma receita bruta de R$ 4 bilhões, um crescimento de 54% e um resultado do tipo que a fabricante de hardware brasileira não via há muito tempo.
Desde que a Positivo abriu capital e passou a divulgar resultados, há 15 anos atrás, crescimentos nesse nível só foram vistos na estreia dos balanços anuais, em 2006, quando a empresa teve crescimento de 84,4% e no ano seguinte, quando a empresa atingiu R$ 2 bilhões, e cresceu 54,4%.
O crescimento no ano veio junto com lucratividade, com o lucro líquido aumentando 3,5 vezes, para R$ 203 milhões.
São números muito diferentes da realidade dos últimos anos, nos quais a Positivo teve grandes quedas no faturamento.
A pior delas foi de 2015, quando a queda foi de 20%, seguindo um 2014 que já havia sido ruim, com diminuição de 9,2%.
Os anos seguintes foram de recuperação (5,3% em 2016, 9,6% em 2017), seguida de uma nova queda (3,7% em 2018) e uma pequena alta de 1,3% em 2019.
A grande mudança de rumos para a Positivo (o game changer, para quem gosta de expressões desnecessárias em inglês) se chama Covid-19.
A pandemia fez a demanda por computadores explodir, tanto em nível corporativo, com empresas precisando entregar equipamentos para o home office, como em nível doméstico, com pais equipando os filhos para o ensino a distância.
O novo cenário já trouxe um bom crescimento de 14,5% em 2020 e parece ter explodido de vez.
Compreensivelmente, a Positivo evita mencionar um desastre de saúde pública como a fonte da bonança, citando o coronavírus nas suas divulgações apenas no contexto da superação das dificuldades logísticas que ele impôs para o setor de eletroeletrônicos (o que é verdade também).