O futuro para as montadoras de carros tradicionais? Foto: Pexels
A Toyota, gigante japonesa de carros, fechou um acordo com a BYD, uma empresa chinesa menos conhecida, mas não menos gigante, para o desenvolvimento de veículos elétricos. Divulgado na semana passada, o anúncio pegou muita gente de surpresa. Mas faz todo o sentido.
A Toyota, maior montadora de veículos do mundo vinha patinando com os elétricos. Pioneira da eletrificação veicular com o lançamento do híbrido Prius, há mais de dez anos atrás, de lá para cá se acomodou. É verdade que apostou nos carros movidos a célula de hidrogênio, mas parece estar jogando a toalha e finalmente se rendendo aos puramente elétricos.
Já Build Your Dreams (BYD) nasceu elétrica. A empresa foi fundada em 1995 em Shenzhen, na China, como uma fabricante de baterias de celulares para fazer frente às importações japonesas. Com mão de obra local barata e incentivos do governo, a BYD rapidamente se tornou um player global do segmento.
Hoje, é líder global no fornecimento de sistemas de armazenamento de energia e é a segunda maior fornecedora de componentes para smartphones do mundo.
Como uma coisa leva a outra, em 2002 a BYD comprou uma fábrica chinesa de automóveis para criar sua própria subsidiária automotiva focada em veículos elétricos e híbridos.
Seus papéis são negociados na bolsa de Hong Kong e Warren Buffett é um dos quais empresta notoriedade como comprador de ações da empresa.
A BYD pode não ser tão refinada como a Tesla, mas disputa com ela a liderança global do mercado de veículos elétricos.
De início, Elon Musk, CEO da Tesla, tratou a concorrente asiática com desdém.
Atualmente, a Tesla está construindo uma fábrica em território chinês para fazer frente à concorrência.
No Brasil, a BYD abriu sua primeira fábrica em Campinas, interior de São Paulo, em 2015, para produção de ônibus elétricos e comercialização de veículos e empilhadeiras.
A companhia inaugurou sua segunda unidade, para produção de módulos fotovoltaicos, em abril de 2017.
O movimento de parcerias entre montadoras para responder ao crescimento da eletrificação de frota não é novidade, entretanto. A Ford, defasada em termos tecnológicos, comprou parte da startup Rivian e namora com a Volkswagen. Honda e GM se aproximaram para desenvolverem carros autônomos. Volvo e a PSA (controladora da Peugeot, Citroen) também marcaram de tomar um chopp para conversar.
Nem todos sabem, mas a alemã Daimler, dona da marca Mercedes-Benz, foi a primeira montadora tradicional a investir na Tesla, tendo comprado quase 10% das ações em um momento delicado da então startup. Foi essa grana que garantiu a continuidade das operações naquele momento.
A parceria se encerrou em 2014 mas chances existem de que volte a acontecer, segundo essa matéria do Electrek.