Paul Wolfe é VPS de Recursos Humanos da Indeed. Foto: Divulgação.
Por Paul Wolfe*
Todos nós sabemos que procurar emprego pode ser frustrante e que enviar currículos é só o começo de um processo que inclui muita espera. E ainda assim, talvez você nunca receba uma resposta.
Neste cenário tão familiar, muitas pessoas podem perguntar o que aconteceu com o seu currículo. Um ser humano sequer o viu ou ele foi perdido em algum processo mecânico?
O curioso caso do robô que envia currículos
Recentemente, eu li um artigo interessante escrito pelo diretor de uma organização nacional sem fins lucrativos que estava buscando um novo desafio. Ele se candidatou a diversas vagas de trabalho em empresas de tecnologia bem conhecidas, mas em pouco tempo começou a suspeitar que robôs, também conhecidos como “sistemas de rastreamento de currículos”, estavam “lendo” a maioria dos seus currículos.
Ele ficou tão frustrado pelos longos períodos de silêncio e a falta de uma resposta humana que decidiu tomar uma atitude radical: projetar seu próprio robô.
O “engenhoso mecanismo de rastreamento, planilhas e scripts” incluiu informações de contato dos gerentes de contratação e, em seguida, enviou um e-mail personalizado com um currículo e uma carta de apresentação pessoal para os gerentes de contratação.
Ele também rastreou quantas vezes a sua carta de apresentação, currículo e perfil em rede social foram vistos, bem como as respostas dos empregadores. No total, o robô se candidatou a mais de 500 empregos em um período de três meses.
O que nos leva a uma grande pergunta: o incrível robô para se candidatar a emprego funcionou? A resposta, infelizmente, é não.
Resista ao impulso de bombardear os recrutadores com currículos
A verdade é que no nível executivo, as recomendações desempenham um grande papel na hora das contratações. Mas em qualquer nível, “pulverizar e rezar” provavelmente não funcionará.
É fácil compreender porque os candidatos pensam que devem se candidatar a tantos empregos para maximizar as suas chances de conseguir uma entrevista.
No entanto, se você analisar o lado do recrutador que está sobrecarregado com currículos para analisar diariamente, fica fácil entender porque isso não funciona.
De fato, os dados do Indeed demonstram que as pessoas com o maior número de currículos enviados são as menos propensas - 39% menos propensas - a receberem uma resposta positiva dos empregadores.