Representantes da Ustore e RNP depois da assinatura do acordo.
O projeto da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa de se tornar um intermediário de contratação de serviços de computação em nuvem para universidades e institutos de educação federais rodará sobre uma plataforma da startup pernambucana Ustore.
RNP e Ustore assinaram um acordo de cooperação nesse sentido recentemente em Brasília, segundo divulga o site da rede de pesquisa.
A publicação não dá detalhes do modelo comercial da parceria, afirmando apenas que com o acordo a Ustore poderá desenvolver novas funcionalidades para a sua plataforma de cloud broker, ao mesmo tempo em que permite à RNP implementar o seu marketplace de nuvem.
A RNP é responsável pelo backbone de telecomunicações usado por universidades e institutos de educação federais, tendo assim a interconexão e o acesso privilegiado a um mercado com grande potencial para compra de processamento de dados na nuvem.
Segundo disse ao Convergência Digital o diretor de serviços e soluções da RNP, José Luiz Ribeiro Filho, o modelo de negócio está em desenvolvimento e terá parcerias com empresas como Amazon, Microsoft, Google, IBM, Embratel, Vivo e Vert.
Uma organização social ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, a RNP foi responsável pelo primeiro backbone para a chegada da Internet no Brasil, em 1991.
A organização tem uma rede de fibra óptica, recebida como contrapartida da Oi ao governo quando da autorização de compra da Brasil Telecom. Até 2020, a RNP vai migrar para fibras OPGW do setor elétrico.
A RNP é mais uma entidade ligada ao governo querendo se tornar uma cloud broker.
Dataprev e Serpro, as duas principais estatais de processamento de dados em nível federal, estão fazendo uma movimentação similar.
Os órgãos públicos poderiam colocar dados críticos nos data center das estatais e rodar outras aplicações na nuvem da parceria a preços mais competitivos.
De acordo com dados do Painel Gastos de TI do Ministério da Transparência, o Serpro é a empresa de TI que mais vende para o governo, com mais de R$ 1,2 bilhão no que vai de ano. A Dataprev é a segunda, com R$ 546,5 milhões.
Já distante, a terceira é a Claro, com R$ 176,7 milhões.
Toda a movimentação acontece porque o governo como um todo está dando uma virada, começando a estar mais aberto a contratar serviços de computação em nuvem de fornecedores privados.