Letícia Batistela.
Letícia Batistela, uma advogada conhecida pela sua atuação na área de TI, será a nova presidente da Procempa, estatal municipal de tecnologia de Porto Alegre.
A indicação foi revelada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) nesta terça-feira, 25. Fica pendente apenas a aprovação pelo conselho da empresa, uma formalidade.
“Após construção coletiva envolvendo o vice-prefeito Ricardo Gomes e o secretário Cezar Schirmer, em parceria com as instituições do Pacto Alegre, indicarei para a presidência da Procempa a advogada Letícia Zereu Batistela, que será um quadro técnico do governo”, disse Melo em um tweet.
Em outro tweet, o prefeito frisa a experiência de 20 anos de Batistela nas áreas de “tecnologia, negociação, ética e compliance” e o fato da profissional ter integrado os conselhos de administração tanto da Procempa como da Procergs, a estatal estadual de tecnologia.
"O plano é transformar a empresa num hub de inovação e entregar mais serviços, sem inchar a estrutura. Vamos trabalhar em sintonia com o mercado e prestigiar as empresas de tecnologia", garante Batistela.
Como indica o tweet de Melo, o nome de Batistela vem com respaldo do vice-prefeito, Ricardo Gomes, que tem entre suas bandeiras um “choque de liberdade econômica” em Porto Alegre, assim como do Pacto Alegre, uma movimentação do ecossistema de inovação na cidade liderado por PUC-RS, Unisinos e UFRGS.
Batistela é bem relacionada no meio de tecnologia, tendo sido presidente da Assespro-RS no biênio 2014-2016 e presidente do CETI, um conselho de entidades da área de TI, no ano de 2016.
A nova presidente da Procempa tem o desafio de conduzir uma mudança de rumos na estatal, algo que se discute há muito tempo em Porto Alegre, sem muitas consequências na vida real.
No final do ano passado, antes mesmo de assumir, Melo deu uma entrevista ao jornal Zero Hora, adiantando planos para diminuir a influência da Procempa nas compras de TI, e talvez realizando também um corte de pessoal.
Na entrevista, Melo projeta uma Procempa que atue “mais como uma gestora de banco de dados do que como fornecedora de tecnologia”. Fontes ouvidas pelo Baguete falaram que a ideia é que a empresa seja um “hub”, conectando soluções do mercado privado aos problemas da cidade.
Uma ideia que circula há tempo e que Melo também considera, é a “quebra do monopólio” da Procempa, o que na prática quer dizer que as contratações de serviços de tecnologia por órgãos públicos não precisariam mais necessariamente terem a aprovação da estatal.
De acordo com a lei de 1977 que fundou a estatal, a administração pública direta e indireta de Porto Alegre está proibida de contratar serviços de processamento de dados livremente no mercado, com exceção para os casos em que a Procempa já tenha “esgotado a sua capacidade de produção”, o que é definido pela própria Procempa.
“A pandemia escancarou coisas que não funcionam, mostrou que os sistemas da prefeitura não dialogam. Vamos apresentar um cardápio do que queremos e ver o que a companhia nos oferece. Não adianta ser uma entrega mais cara ou que demore meses. Vamos buscar eficiência e os melhores preços”, disse Melo à ZH.