A Progress Software vem diversificando seus negócios - novidades como SOA, processamento de eventos complexos e electronic trading estão tirando espaço da tradicional plataforma de desenvolvimento OpenEdge.
E nesta estratégia, o Brasil tem sido o mercado de maior crescimento no mundo.
O país cresce dois dígitos por ano mesmo em tempos de crise, quando a operação global da empresa chega a registrar resultado negativo, e representa hoje cerca de 4% do faturamento mundial, valor que o CEO Ricky Redy almeja expandir para 10% em alguns anos.
Para se ter uma ideia da importância do país para a empresa, no primeiro trimestre deste ano a receita local ficou 20% acima do previsto para o período, enquanto no balanço mundial houve recuo de 1% na comparação ano/ano.
"Hoje, mais de 60% de nossas vendas são realizadas fora dos EUA, e a América Latina vem sendo nosso motor de crescimento, com 7 a 8% de representação nos resultados mundiais. No cenário latino-americano, o Brasil se destaca, com até 60% de participação", salienta Redy, que veio a São Paulo pela primeira vez para o Progress Software Exchange Brazil 2009.
A Progress atende a uma carteira de quatro mil clientes no país, sendo cerca de 300 de grande porte, e, destes, um terço sediados no Sul.
Tentativa no Sul
Para atender a este mercado tão promissor, a empresa aposta na venda direta, nos ISVs e, desde julho, em canais. Já houve a tentativa de estabelecer regionais, como ocorreu há cerca de dois anos no Sul.
"Abrimos uma regional em Curitiba e cerca de seis meses depois, em Porto Alegre. Porém, os clientes que já detínhamos na região estavam acostumados ao atendimento direto de nossa equipe, e percebemos que seria mais efetivo manter este atendimento do que treinar equipes locais a ponto de alcançar o grau de excelência exigido pelos clientes", ressalta Luiz Cláudio Menezes, presidente da Progress Brasil. "Então, voltamos a centralizar tudo em São Paulo, e hoje nossos profissionais fazem cerca de duas visitas mensais à região", complementa.
Novas frentes
Para crescer nos novos nichos em que se inseriu, a Progress aposta, por exemplo, em verticais como a de finanças e seguros, para a qual oferece a solução Apama, ferramenta de processamento e monitoramento de eventos complexos que conta com mais de 100 corretoras clientes em todo o mundo, sendo 15 no Brasil.
A novidade nesta área, porém, é que agora a Progress trabalha na adaptação do software para oferecê-lo a outros segmentos, como os de energia e logística.
Já em SOA, outra frente de negócios da companhia, a meta é trabalhar não só a integração de aplicações, mas também de diferentes códigos e bases de dados.
"O cliente final, o usuário, precisa de algo fácil, simples, que integre tudo e o entregue uma interface completa, de alto desempenho e usabilidade máxima", ressalta Ken Wilner, VP de Tecnologia da multinacional americana.
Novos mercados
Outra ideia da Progress para breve é entrar no mercado de governo. Para isso, a companhia planeja firmar parcerias, já que não detém a expertise necessária, segundo Menezes.